Carboidratos e lipídeos da dieta são utilizados como substratos energéticos durante o repouso e o exercício.
A contribuição relativa de cada substrato para a manutenção da demanda energética durante o exercício é determinada pela intensidade e duração do esforço, treinamento, dieta e ação hormonal.
Nas fases iniciais do exercício de intensidade progressiva a demanda energética é satisfatoriamente suprida por mecanismos oxidativos (ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa), através da degradação preferencial de ácidos graxos .
No entanto, a produção de energia por estes mecanismos é dependente da contínua conversão de glicogênio a oxaloacetato . O ciclo de Krebs apresenta como característica a geração de precursores e produtos com a liberação de dióxido decarbono e metabólitos, como citrato e glutamina. Há, portanto, uma perda contínua de esqueletos de carbono (cataplerose) que precisa ser reposta. A síntese de oxaloacetato é a etapa de inserção de novas moléculas no ciclo.
A condensação de quantidades proporcionais de oxalacetato e acetil-CoA em citrato, regulada pela enzima citrato sintase, controla diretamente a oxidação do acetil-CoA derivado tanto do piruvato como dos ácidos graxos . A depleção dos estoques hepático e muscular de glicogênio, possível de ocorrer durante o exercício prolongado, limita a produção de oxaloacetato e a atividade oxidativa. Os principais substratos utilizados na reposição dos intermediários (anaplerose) do ciclo de Krebs, durante o exercício, são o piruvato e aminoácidos como aspartato, asparagina e glutamato.
Com o aumento da intensidade do exercício a oxidação de ácidos graxos em relação à oxidação do glicogênio diminui progressivamente, inibida principalmente pelo maior fluxo de substratos através da via glicogenolítica / glicolítica e aumento da atividade da enzima piruvato desidrogenase .
Após a transição exercício moderado - intensa demanda energética passa a ser suprida predominantemente pela glicogenólise hepática / muscular e glicólise muscular , com subseqüente acúmulo muscular e sanguíneo de lactato e íons H+. A alteração do pH intramuscular afeta a atividade das enzimas fosforilase e fosfofrutoquinase, em conseqüência, diminui a produção de energia pela via glicolítica gerando fadiga . Entretanto, parte da energia derivada da oxidação de glicogênio / glicose resulta do transporte de equivalentes reduzidos à mitocôndria, por meio de sistemas de lançadeira (DAWSON, 1979).
Quanto mais intenso o exercício, maior será sua dependência em relação ao carboidrato como combustível , sendo assim, as mensurações de alguns índices de limitação funcional durante a atividade física tornam se importantes para que seja possível fazer um acompanhamento adequado do estado físico do individuo. Dentre essas variáveis encontram se a freqüência cardíaca e o consumo Maximo de oxigênio ( V O 2 max. ), e o lactato sanguineo que auxiliam no controle do treinamento e desempenho físico de atletas e praticantes de atividades físicas. As bebidas esportivas podem ser ingeridas antes durante e após o exercício, essas podem conter diferentes tipos de eletrólitos e ou nutrientes como carboidratos, quando ingeridas antes tem como propósito prevenir ou retardar os distúrbios homeostáticos que podem acompanhar a atividade física, assegurando um volume plasmático adequado desde o inicio do exercício, promovendo um pequeno reservatório de fluidos no lúmen gastrintestinal que será absorvido durante a atividade. A ingestão pré exercício pode otimizar as concentrações de glicose no sangue circulante, através do fornecimento de carboidratos .
A inestão de carboidratos após exercícios físicos é recomendada pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte ( REVISTA BRAS.MED.ESP.2003. 9/43) visando favorecer uma máxima ressintese de glicogênio muscular e hepático. O efeito do consumo de bebidas com carboidratos no pré exercício, com relação ao metabolismo e desempenho ainda é questionado.gest
Todavia alguns estudos apresentaram melhora no desempenho enquanto outros não obtiveram efeitos ou até mesmo demonstraram diminuição na performance.Esta pesquisa no entanto procura mostrar a funcionalidade, formas de absorção e enzimas envolvidas na quebra e absorção desta importante biomolécula, já estudada, citada por diversos autores como podemos ver acima e continua a ser alvo de constantes estudos e controvérsias.
Estrutura e Funções do Corpo Humano - Gary A. Thibodeu, Kevin T. Patton, 2002.
Treine menos , corra mais - Bill Perce,Scott Murr,Ray Moss. Gente Editora
Revista Brasileira de Medicina do esporte. (janeiro e fevereiro de 2008)
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